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junho 26 , 2016 | Posted by admin | No Comments

Tradições indígenas

Turma da EJA formada por mulheres supera dificuldades e estuda tradições indígenas com o jornal

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Atividades do Ler e Pensar contribuem para a formação de cidadãos críticos

Atividades do Ler e Pensar contribuem para a formação de cidadãos críticos Divulgação

A 52 quilômetros do centro de Campo Largo, na zona rural, distrito de Três Córregos, está localizada a Escola Municipal Augusto Pires de Paula. De difícil acesso, por meio da estrada de chão, quando chove muito, alunos e professores não chegam a tempo e as aulas são suspensas. Mas a professora Roslaine Aparecida Ferreira não desiste. No ano passado, decidiu se mudar da região central da cidade para o bairro mais próximo à instituição. Sua motivação – “o meu coração”, como diz – foi sua turma de 12 alunas da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Uma turma só de mulheres em fase de alfabetização ou recém-alfabetizadas. “Todas do lar”, afirma.

Tudo começou no início do ano, com o desafio de motivar e contextualizar a compreensão dos conteúdos escolares. “A escola iria promover um evento sobre culturas indígenas e eu pensei comigo mesma: como fazer adultos se interessarem por esse tema? Além de ser algo distante, elas eram retraídas e qualquer apresentação seria certamente constrangedor”, revela. Então, surgiu a ideia: com um telejornal gravado, as alunas perderiam parte da vergonha e encarariam a tarefa. Dito e feito.

Roslaine utilizou notícias da Gazeta do Povo e conteúdo didático para preparar as “recém-jornalistas”. Uma reportagem do Globo Repórter serviu de inspiração. Em seguida, construíram coletivamente os textos, todos sobre tradições indígenas, e foram às gravações. Até um cartaz foi utilizado como teleprompter para dar mais segurança na gravação.

“Lá, como é interior, o que você conseguir levar de meio de comunicação é um benefício enorme. Não temos nem internet, então não adianta chegar com sites e blogs. Levar o jornal e trabalhar com a televisão na escola são práticas que funcionam”, relata Josélia Costa Barros, coordenadora geral da Educação de Jovens e Adultos na Secretaria Municipal de Educação. “Hoje, as alunas esperam pelas novidades. Elas têm ansiedade em receber o jornal. Não achávamos que seria tão positivo. As atividades nos surpreenderam.”

Ávila Maria Garrett Andrade, que atua coordenação do Ler e Pensar no município, também reforça: “a leitura e o jornal têm um papel importante, pois é a única fonte de informação de muitas famílias da região. Poucos têm acesso a outros meios de comunicação além do rádio.”

Resultados

“Uma das alunas era também mãe de aluno na escola. Sua autoestima era tão baixa que impactava até na aprendizagem de seu filho. A princípio, quando fiz a proposta de participação do telejornal, ela não acreditava que iria conseguir. Mas depois do projeto, senti uma mudança incrível de comportamento. Todas ficaram muito orgulhosas com o resultado final. Elas passaram a acreditar nelas mesmas, mais confiantes nas demais atividades em sala de aula. O diferencial está na maneira de como o aluno se vê: ele passa a se enxergar como membro ativo de uma sociedade, e então vê necessidade de crescimento enquanto cidadão crítico e participativo.”

Fonte: Gazeta do Povo

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